Um pouco de tudo e algo mais sobre nada...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

(Des)Romantizado

Parece que as maiores histórias de amor são escritas por quem não amou de verdade. Ou, pelo menos, não foi correspondido de forma decente. Poemas de amor costumam ser feitos em noites escuras de solidão. Ou feitos à luz do dia, pensando em alguém que não se pode revelar. Ou feitos escondidos, pra quem disfarçamos amor em afeto comedido. É claro que há essas cartas de amor escritas no calor do sentimento, ansiosamente reveladas à pessoa em questão. Porém, parecem sempre envelhecidas, enevoadas, num sentimento de nostalgia de uma coisa irreal. Da paixão que se perde numa curva em que encontra a realidade.
Dizemos que queremos um amor sereno e constante, é mentira. Queremos ser iludidos e maltratados em certa medida, sentimos que amores de paz e compreensão terminam em quedas piores - ou pior, em barrigas de chopp, toucas no cabelo e fofocar dos vizinhos. Não é que ninguém queira esse amor - mas às vezes o vemos quase como um alvo a ser alcançado através de nossos tropeços e desatinos.
E pra quê filmes de amor, livrod se amor e músicas bonitas? Costuma ser pra acreditar que a vida não é tão ruim assim, que também nos sentimos como aquelas pessoas quando tudo parecia perfeito. Que o final feliz é, na verdade, o final da parte boa. Se pudesse ser mostrada a realidade total de uma vida e esta fosse, por assim dizer, totalmente feliz, talvez a inveja destruiria o que ainda resta de nós. Mas assim, essas histórias têm um papel duplo: nos iludir em momentos de nostalgia e nos consolar em tempos de crise, por serem incompletas. Podemos imaginar que o príncipe ainda vai trair a princesa, ou que esta vai se tornar uma velha rabugenta. Sim, podemos imaginar que estamos melhores, pois ainda não nos iludimos a tal ponto.
Por hora, parece que histórias tristes vêm mais a calhar. Pelo menos, em casos assim, não dá pra piorar, se já passamos pelo pior. Talvez nosso pior pesadelo seja aquilo que de pior poderíamos sofrer. Ao vermos uma história assim, é fácil imaginar que as pessoas superaram, que a dor se dissipou. E que absurdo se não conseguíssemos superar algo tão menos. Quem sabe não esteja tão ruim a nossa mornidão. Quem sabe quando o sol raiar não seja porque o clímax ainda está por vir, mas porque a vontade pode fazer uma história ir sempre além - da dor ou do riso - por algo que chamamos continuar.

(PS: Faz tempo já que escrevi isso aqui, mas estava organizando minhas coisas, encontrei e resolvi publicar. Sei que é depressivo, que reflete uma análise meio (muito) decadente do amor. Mas quer saber? É injusto cobrarem da gente o tempo todo felicidade, coragem, perseverança. Todo mundo tem o direito de fazer uma análise pessimista e inconclusiva algumas vezes. Então deixo aqui meu pensamento. Até.)
Share:

1 comentários:

Lení Hespanhol disse...

Ai filhaaaa!!!
Todo mundo tem o direito de se sentir como se sente... e nem sempre estamos nos melhores dias, principalmente nós, mulheres, que somos de fazes...rsrs
Mas, te digo uma coisa, o amor existe sim, e é uma força e tanto prá nos fazer ver a vida de uma forma mais feliz... mas isso nunca significa que seja algo sempre maravilhoso ou mar-de-rosas... tem e terá sempre seus momentos de dureza e sofrimento, mas mesmo assim ainda vale a pena, e desejaríamos passar por tudo de novo se necessário fosse...
Te amo demais, e torço pelas sua felicidade e descobertas dessa felicidade que às vezes fica tão escondidinha de nós

Hashtags

Olá! Seja bem-vindo ao meu blog!! Aqui você vai encontrar composições minhas, reflexões, coisas interessantes/engraçadas, etc. Volte sempre! :)

Quem sou eu

Minha foto
Idade:23 Moro em: Hortolândia Profissão: Engenheira Civil Coisas que mais amo: Deus, Família, Amigos, Música, Matemática, Aventura, Viajar, Fotografia, Desenho, Filmes, Internet, Escrever, Conversar, Rir, Comer... entre outras coisas =D

Blogger templates